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Muito além do verde

Segundo o Mintel, 22% dos brasileiros dizem estar dispostos a pagar mais por produtos de marcas que respeitem o meio ambiente. E como evidenciar ao consumidor esse respeito ao meio ambiente? Há diferentes práticas, mas uma que tem ganhado força no mercado de Cosméticos no Brasil é a adoção de ingredientes verdes, naturais, orgânicos, veganos ou clean.

Há diferenças relevantes entre esses conceitos, mas elas não estão claras para o público em geral. “Não é só no Brasil que ainda há dúvidas sobre essas diferenças. Pesquisa recente nos EUA mostrou que cerca de metade dos consumidores não sabiam a diferença entre natural e orgânico”, alerta a Diretora de Marketing Estratégico da Dinaco, Marina Fernandes. Cabe às empresas educar o consumidor. Por isso, em seus workshops regionais e eventos in-company a Dinaco tem abordado o tema, exemplificando com algumas especialidades do seu portfólio.

Produtos orgânicos são feitos com ingredientes sem organismos geneticamente modificados e foram cultivados, colhidos, manufaturados e preservados sem herbicidas, pesticidas, fungicidas ou antibióticos químicos – o que oferece produtos com menos contaminantes. Para produtos finais manipulados ainda é necessário seguir uma série de requisitos de acordo com cada certificadora. Um exemplo é o STEVISSE™ da Lubrizol, extrato à base de folhas de estévia orgânica, oferece uma alternativa mais suave e natural para rejuvenescimento, sem os efeitos colaterais negativos dos retinóides. É 100% natural, com 73,4% de conteúdo orgânico.Há ainda produtos como o AA2G™ da Nagase, que possui a certificação EcoCert de ingrediente natural e orgânico.O selo orgânico indica que o produto foi produzido por métodos aprovados,sem fertilizantes sintéticos e pesticidas em seu material de origem, lodo de esgoto, irradiação ou engenharia genética. Todos estes cuidados e controles custam mais no cultivo e processamento orgânico, por isso produtos orgânicos tendem a custar mais.

Produtos naturais contêm ingredientes de plantas e da natureza e são minimamente processados. É importante lembrar que a fonte de um ingrediente não determina sua segurança. Há plantas que possuem substâncias tóxicas ou alergênicas, como por exemplo cianeto – ingrediente natural e tóxico. Apesar de não haver uma regulamentação governamental, há certificações privadas para produtos naturais que indicam procedência sem prejuízo a plantas ameaçadas ou derivado de animais e padrão de qualidade, sem alterações climáticas e ambientais, o que pode reduzir a eficácia do ingrediente. A Novachem, por exemplo, desenvolve produtos a partir da flora argentina, realizando testes in vivo e in vitro para certificar seu portfólio natural. Este mês apresentou em primeira mão na América Latina o Extracell™ Plex, ativo biotecnológico obtido de leveduras da indústria do vinho, para a reconstrução da arquitetura capilar e proteção da queratina do cabelo. O ativo atua internamente na fibra contra agressões químicas e físicas, inclusive as extremas, como descoloração.Já um produto vegano não contém nenhum ingrediente derivado de animais – incluindo mel, colágeno, albumina, colesterol, gelatina ou carmim – e nem pode ser testado em animais. Mas, no caso de cosméticos, isso abre espaço para produtos sintéticos. O termo pode até ser mal visto no mercado, mas um sintético pode respeitar o meio ambiente com produção controlada e sustentável, sem uso de recursos naturais do planeta.

E cada vez mais falado no Brasil, há o conceito de Clean Beauty, importado dos EUA. Refere-se a produtos livres de ingredientes tóxicos; seguros e transparentes, não prejudicam o planeta; sustentáveis e/ou livres de testes em animais; eficazes e estáveis podendo ser a partir de fontes sintéticas, naturais ou não tóxicas. Buscando entender os desafios para fragrâncias nesta tendência, a Sozio desenvolveu um guia de perfumaria e uma coleção de fragrâncias “Clean“ para atender às exigências deste mercado. Com atuação junto a influencers e com ações que promovem #instaforimpact, a Aprinnova posiciona seu Neossance Squalane no mercado global como um ingrediente clean beauty, além do ingrediente também ser orgânico, derivado da cana-de-açúcar e uma alternativa natural ao silicone.

*Este artigo foi publicado pela Dinaco na Cosmetic Innovation em 20 de setembro de 2019. https://cosmeticinnovation.com.br/muito-alem-do-verde/